É domingo a tarde, você está em casa, faz aquele friozinho que torna tudo aconchegante, a chuva lá fora bate na janela produzindo aquele som cadenciado das gotas contra o vidro. De repente, você sente uma vontade imensa de comer um bolo; você se anima e resolve assar aquele bolo, receita de família da sua avó. Qual a primeira coisa que você faz?
A primeira ação para o bolo sair, do jeitinho que sua avó fazia, é se certificar de que há em sua dispensa todos os ingredientes necessários para a receita. Em seguida, você verifica se tem disponível todos os instrumentos que deverá utilizar para fazer o bolo: colher de pau, copos de medidas, assadeira, forno (a gás ou elétrico), gás ou eletricidade para alimentar o forno, etc. Somente depois de todo esse levantamento é que você começará a bater a massa do bolo. Isso elevará as chances de que seu bolo saia parecido com o de sua avó (porque igual ao dela, só o dela!).
Pode ser que no meio do processo acabe o gás... ou que falte luz... ou que os ovos estejam todos estragados e você só descubra isso quando já tenha começado a misturar os ingredientes... Isso tudo pode acontecer; mas a chance de que algo impeça a finalização da receita será muito menor sempre que você tiver o cuidado de analisar todas as condições prévias necessárias para que aquele saco de farinha vire um bolo. Podemos chamar isso de DIAGNÓSTICO.
O diagnóstico é o primeiro momento para a realização de alguma ação; podemos dizer que ele traz os insumos que usaremos na próxima etapa: o PLANEJAMENTO. Sem um bom diagnóstico, o planejamento pode, na melhor das hipóteses, ficar carente de informações seguras para a criação do PLANO DE AÇÃO. Portanto, o diagnóstico é o pontapé inicial para qualquer coisa que se queira fazer. Quando queremos fazer um bolo, buscamos identificar todas as condições necessárias para o sucesso na cozinha; trazendo para as organizações, todas as vezes que vamos iniciar um projeto, nosso primeiro passo deve ser o diagnóstico: compreensão do cenário (o que ou quem favorece?, o que ou quem atrapalha?, o que está no meu controle?, o que não está sob meu controle?) e análise dos recursos (o que eu preciso?, eu já tenho o que preciso?, como conseguir o que não tenho?).
O diagnóstico serve tanto para a implantação de projetos dentro das organizações quanto para o início do atendimento do cliente em uma sessão individual de coaching. É a partir do diagnóstico que eu exerço algum controle sobre o ambiente, minimizando as interferências negativas e maximizando as chances de sucesso. Infelizmente, nem sempre os coaches dão a devida importância a essa etapa fundamental do atendimento; o trabalho de coaching começa com a compreensão da demanda do cliente, de sua vida, de suas competências.
Se você quiser melhorar seu trabalho de coach, criar um projeto para sua empresa ou fazer um bolo da receita preferida de sua avó, comece sempre pelo diagnóstico. Desse modo, dificilmente você terá bolo solado ou cliente insatisfeito!